O médico francês Didier Raoult, pioneiro na defesa do uso da cloroquina como tratamento para a Covid-19, teve seu registro médico cassado. Apelidado de "guru da cloroquina", Raoult ficará impedido de exercer a medicina a partir de 1º de fevereiro de 2025. A tolerância terá uma duração de dois anos.
Em 2021, Didier Raoult já havia sido repreendido pela câmara disciplinar nacional da Ordem dos Médicos. Contudo, a proteção foi considerada "branda", já que ele havia sido acusado de "graves evidentes e descumprimento das normas para pesquisas envolvidas.
O relatório que embasou as acusações contra Didier Raoult foi resultado de uma inspeção realizada pela Agência Nacional de Segurança de Medicamentos (ANSM) na unidade de saúde ligada à Universidade de Marselha.
Os laboratórios da instituição foram usados para pesquisas com hidroxicloroquina no início da pandemia de Covid-19.
No entanto, as acusações da ANSM referem-se a um período anterior à crise do coronavírus. A agência francesa afirmou que Raoult e o IHU violaram repetidamente diversas regras ao incluir pacientes em suas pesquisas.
“As normas éticas não foram respeitadas de forma sistemática, o que impossibilitou garantir a proteção adequada das pessoas, conforme exigido pela regulamentação”, declarou a ANSM em um comunicado à imprensa na época.
Em janeiro de 2021, Didier Raoult, pela primeira vez, admitiu que a cloroquina não reduzia a mortalidade nem o agravamento da Covid-19. Ele fez essa declaração em uma carta publicada no site do Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia, da França.
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